
Dois anos depois, concluída a Filosofia, pede para ser transferido para Coimbra, a capital portuguesa, onde a Ordem dos Agostinianos tinha o Mosteiro da Santa Cruz. O motivo principal era a disciplina e o silêncio: em Lisboa as visitas eram facilitadas, não se respeitavam muito as regras da vida religiosa.
Em Coimbra os estudos são sérios e o ambiente favorece o ideal de Fernando: trabalho e oração. Adquire uma grande familiaridade com a Sagrada Escritura. É bom lembrar que, naquele tempo, se aprendia a ler a Bíblia e, como não existia papel, após se aprender a ler, decorava-se o texto. Como Fernando tinha memória excepcional, adquire um conhecimento extraordinário das Sagradas Escrituras.
Concluídos os estudos regulares, Fernando é ordenado sacerdote, mas continua se especializando nos estudos bíblicos.
Certo dia, batem à porta do Mosteiro cinco jovens frades, descalços, pobres: pediam esmola em forma de comida. Fernado os atende e pede que entrem e participem da mesa comum.
Conversa muito com os freis: Otto, Bernardo, Acúrsio, Adiuto e Pedro.
Antônio descobre que se preparavam para serem missionários na África, no Marrocos. Moravam no convento de Santo Antão dos Olivais, ali pertinho.
Fernando se interessa por tudo o que falam e aproveita para visitá-los no convento. Fica sabendo que os frades são de uma ordem fundada, anos atrás, por Francisco de Assis. Sua espiritualidade era viver na pobreza, nada possuir.
Não tinham conventos e se sustentavam com esmolas. Isso tudo para anunciar a Palavra de Deus. Jovens de toda a Europa estavam fascinados com esse ideal. Eles, dois a dois, anunciavam o amor de Jesus.
Fernando viu os frades partirem, descalços, a pé, rumo a Lisboa, onde embarcariam para Marrocos. Toca-lhe o coração a disposição desses jovens missionários, tão pobres e tão felizes!
Nenhum comentário:
Postar um comentário