Após a "surpresa" em Forlí, mudam os caminhos de frei Antônio de Lisboa. Frei Graciano conversa muito com ele, fala da necessidade de pregadores, da ignorância religiosa que estava afastando muita gente da Igreja. Comunica-lhe que deve deixar o convento de Monte Paulo, pois o povo precisa muito de quem lhe aponte o bom caminho.
Dois dias depois, Antônio segue para anunciar o Evangelho em toda região da Romanha e, depois, da França.

Muitos queriam ouvir o verdadeiro Evangelho, aprender a imitar Jesus, mas boa parte das autoridades religiosas estava muito firme no poder e descuidava da vida cristã. Havia-se criado um muro entre a hierarquia e o povo. Papa, reis, bispos, gente importante apegava-se ao poder, não enxergando o sofrimento do povo.
Buscando um novo caminho, surgiam numerosas seitas que se colocavam contra a Igreja, o papa, os sacramentos...
No fundo, não eram pessoas mal intencionadas: apenas queriam reagir a esta Igreja poderosa e viver segundo o Evangelho, na pobreza e na penitência. Havia o sonho de uma Igreja pobre, vivendo como os apóstolos.
O mais importante destes movimentos foi o dos "Cátaros", palavra que em grego significa"puros". Negavam a bondade da realidade material: "só o espiritual é bom". Para eles, a criação material não era obra de Deus.
Nem tudo aquilo que fosse organização humana. Negavam, então, a Igreja, o Estado, a Encarnação de Cristo, sua paixão e morte e a Eucarístia. Espantados com os males da época, concluíram que tudo o que é material é diabólico. Fizeram muito sucesso, especialmente nas cidades mais populares do sul da França.
A espiritualidade de São Francisco foi o melhor remédio para esses males: pobreza e simplicidade de vida, oração, imitação da vida de Jesus, penitência, fé na bondade de Deus e toda a criação.
É no meio desta realidade que frei Antônio realiza seu trabalho missionário, buscando converter os pecadores e trazendo de volta à Igreja os afastados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário